sábado, setembro 14


RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA 
1. Introdução:

Ao se estudar uma pessoa atrelada à sua época, descobrimos como o dia-a-dia acontecia; por trás dos “grandes fatos e grandes homens” descobrimos os costumes, as tradições. Os grandes personagens e momentos são igualmente importantes para a história, mas ao estudarmos a existência de uma pessoa singela pode ser revelado como foi o passado vivido pela grande maioria das pessoas.

 “O princípio unificador de toda pesquisa micro-histórica é a crença em que a observação microscópica revelará fatores previamente não observados.”
(LEVI,1992, p. 139)


Uma pesquisa que visa dar luz àquelas pessoas não notórias, sem grande destaque, consequentemente faz uso da micro-história para análise dos resultados.  Desta forma, utilizado esta raiz historiográfica, pode-se tornar perceptíveis aspectos -sociais, econômicos, políticos, dentre outros- que poderiam passar despercebidos se analisássemos a realidade de um ponto de vista macro. 




2.     Metodologia:
Ao optar por um parente para ser objeto de pesquisa, busquei uma relação mais íntima com o escolhido, além de ter, em mãos, maiores fontes para pesquisa. Através de entrevistas com minha avó (Raimunda Ribeiro da Silveira), minha tia-avó (Risoleta Ribeiro da Silveira), e a filha do personagem (Magnólia Ribeiro da Costa Maia) obtive as informações necessárias para compor a pesquisa. Além dos testemunhos, pude ter acesso a documentos e fontes iconográficas do indivíduo escolhido; seguidamente analisei o material e escrevi o presente relatório.



3.      
3.     Trajetória de Vida:








                                                                                                                                                                                                                             

Antônio Ribeiro da Costa nasceu no dia 23 de outubro de 1904, no Povoado Rio Fundo- Estância/SE, onde passou a sua infância e juventude ao lado de toda a família. Por incentivo de sua mãe, Maria Barbosa da Costa e a contragosto de seu pai, José Pereira Ribeiro, Antônio vai morar no Rio de Janeiro, quando tinha aproximadamente 20 anos.


 No Rio de Janeiro, Antônio trabalha em uma casa comercial, e por ter uma letra muito bonita é convidado para trabalhar na filial carioca do Banco da Província do Rio Grande do Sul. Após ter recebido conselho e auxílio financeiro de um amigo, Antônio faz o concurso do Banco do Brasil, ao ser aprovado é designado para Bagé-RS. Esse mesmo amigo consegue fazer com que Antônio seja transferido para Aracaju/SE, em 1933 , este retorna à capital sergipana como funcionário do Banco do Brasil e vai para a agência localizada na atual Av. Ivo do Prado, nº 278 (atualmente uma das lojas Huteba).

  Em 12 de junho de 1937, Antônio casa-se com Onélia Vieira da Motta, nascida em 08 de fevereiro de 1914, natural de Laranjeiras/SE. Esta após casar-se, adotou o nome de Onélia Motta da Costa. Juntos foram morar em uma casa na Rua Lagarto, nº 1912, onde tiveram nove filhos, mas criaram-se sete: Cleber, Geraldo, Magnólia, Hortência, Ana Maria e Reginaldo.  


Antônio foi um dedicado funcionário e desempenhou várias funções, trabalhando no Banco do Brasil até se aposentar, aproximadamente aos 50 anos, por invalidez, quando teve paralisia e passou a não enxergar direito. Em dezembro de 1996, ganhou uma condecoração por ser o funcionário mais antigo e vivo do Banco do Brasil, em Sergipe.
   
Em 1981, sua esposa, Onélia falece e após uma piora no quadro de saúde de Antônio, este é transferido para a casa de uma de suas filhas, Magnólia Ribeiro da Costa Maia, onde reside até falecer em 07 de julho de 2000. 


4.     Contexto Histórico

Antônio Ribeiro da Costa nasceu em 1904, mas o seu contato com Aracaju se intensificou a partir de 1933, quando este veio para a capital sergipana como funcionário do Banco do Brasil. Deste modo, o personagem presenciou inúmeras mudanças políticas, sociais e econômicas da recente capital, esta se consolidou, cresceu e sofreu alterações.
A família de Antônio tinha um padrão de vida que permitia a estes participar de um círculo social de pessoas com boas condições financeiras. Consequentemente eles tinham acesso a momentos de lazer, bons colégios para as crianças, e também uma boa moradia. A partir desses fatos pode-se traçar o convívio destes com a Aracaju da época.   



5.     Conclusão

Por meio das memórias de Raimunda Ribeiro da Silveira, Risoleta Ribeiro da Silveira e Magnólia Ribeiro da Costa Maia, pude estudar a vida de Antônio Ribeiro da Costa, um descendente com o qual não convivi e, que se relacionou com uma Aracaju da qual não tive contato.




REFERÊNCIAS


LEVI, Giovanni. “Sobre a micro-história” In: BURKE, Peter (org). A escrita da
história: novas perspectivas. São Paulo: Editora da UNESP, 1992.

Entrevistas não registradas com: Raimunda Ribeiro da Silveira; Risoleta Ribeiro da Silveira e Magnólia Ribeiro da Costa Maia.





ANEXO


                                 
(Antônio Ribeiro da Costa- nov. 1928) Acervo Magnólia Ribeiro da Costa Maia
                                                                 
                                





                                                                          









                                         
  (Maria Barbosa da Costa- mãe de Antônio Ribeiro da
Costa)- Acervo Magnólia  Ribeiro da Costa Maia

Funcionários na Entrada da agência do Banco do Brasil
(Antônio é o terceiro da esquerda para a direita, sentando em uma cadeira)
Acervo Magnólia Ribeiro da Costa Maia










Antiga Agência do Banco do Brasil- Av. Rio Branco- Centro- Aracaju/SE






(Antônio e Onélia, Boldas de Prata- 1962)-
Acervo Magnólia  Ribeiro da Costa Maia
















Placa de condecoração-  Acervo Magnólia Ribeiro da Costa Maia
   



(Antônio e amigo- Rio de Janeiro, nov. 1928) - Acervo Magnólia Ribeiro da Costa Maia


 
(Antônio, Onélia, Maria Barbosa, "Nenê", e Raimunda R. da Silveira)- Acervo Magnólia Ribeiro da Costa Maia














(Certidão de Casamento entre Antônio e Onélia) - Acervo Magnólia Ribeiro da Costa Maia.












(Verso da foto de Antônio e Onélia- pag. 3) - Acervo Magnólia Ribeiro da Costa Maia

quarta-feira, agosto 21

Relatório Parcial das Fontes- Pesquisa.



           Escolha do Indivíduo:

            Ao receber, do professor, as instruções sobre a pesquisa, constatei que seria mais interessante escolher um indivíduo que me fosse familiar. Considerei a possibilidade de estudar um dos meus avôs, porém estes não se enquadravam nas delimitações estabelecidas pelo professor. Então surgiu a ideia de estudar Antônio Ribeiro da Costa, meu tio bisavô por parte de mãe; este se encaixava no perfil da pesquisa e sempre ouvi muito sobre sua história.
  
·         Pesquisa Inicial sobre a Trajetória de Vida do Indivíduo escolhido:

            Primeiramente entrei em contato com Raimunda Ribeiro da Silveira, minha avó e com Risoleta Ribeiro da Silveira, uma das minhas tias avós, pois elas haviam morado, por algum tempo, com Antônio Ribeiro da Costa. Oralmente elas me contaram a história deste, alguns aspectos foram mais detalhados, outros nem tanto; contudo por meio do depoimento delas, consegui traçar os fatos principais da vida do indivíduo pesquisado. Num segundo momento, tentei contactar os filhos de Antônio Ribeiro da Costa para que pudesse ter acesso aos documentos relacionados à sua vida.

·            Pesquisa Inicial sobre o contexto histórico da cidade em que o Indivíduo viveu:

            Conhecendo um pouco da história do personagem que escolhi, pude também traçar um perfil da cidade de Aracaju, no século XX. Por Antônio Ribeiro da Costa falecer aos 96 anos, fez parte de um grande período da história de Aracaju e, consequentemente, de Sergipe.  

·         Dificuldades encontradas durante a Pesquisa Inicial:

            Os maiores problemas encontrados durante esse momento inicial da pesquisa estão relacionados aos seguintes fatos:
1-  Magnólia Motta Ribeiro da Costa, filha de Antônio Ribeiro da Costa que salvaguarda os documentos pessoais deste se encontra impossibilitada de receber visitas temporariamente, pois está se recuperando de uma doença. Portanto, ainda não pude ter acesso a tais documentos, apesar de saber da sua existência.
2-   Encontro dificuldades em ter acesso aos arquivos do Banco do Brasil, o local de trabalho de Antônio, até a sua aposentadoria; com esse acesso, poderia traçar o perfil profissional deste.


quinta-feira, agosto 8

Relatório sobre o II Ciclo de Estudos "Engenhos em Sergipe"


         Às 07:30 da manhã do dia 03 de agosto de 2013, saímos de Aracaju para visitarmos alguns exemplares de engenhos no nosso estado. 
   
  A primeira parada foi em Laranjeiras/SE, onde visitamos a Fazenda Santa Cruz, que pertence atualmente à Família Rollemberg Leite. A fazenda fazia parte de um conjunto de propriedades que foram redistribuídas por motivo de herança, hoje a Santa Cruz abriga móveis de dois engenhos: Pedras e Oiteirinhos, que também foram adquiridos por herança.A casa da Fazenda mantém sua fachada praticamente intacta, mas internamente ocorreram transformações nos cômodos e paredes. O nível de preservação da casa, dos móveis e objetos fascina os visitantes; transporta-nos para um tempo recuado onde a pompa e o luxo eram evidentes em cada detalhe.

       
Em segundo, fomos visitar o Engenho Pedras- Maruim/SE, contrapondo-se à Fazenda Santa Cruz, aquele está praticamente destruído. A Capela e a senzala continuam preservadas, apesar de alterações em suas constituições. A casa grande do Pedras foi destruída e no local da antiga sede, foi reconstruída no Séc. XX com arquitetura semelhante ao Palácio de Governo Olímpio Campos, hoje denominado Palácio-Museu Olímpio Campos. Até os anos de 1970, a casa grande era habitada pela família Rollemberg Leite e era preservada por estes, contudo, venderam o Engenho para a Família Franco. A importância do Engenho Pedras vai muito além da sua arquitetura remanescente, em seu apogeu era um dos, senão o maior, engenho de Sergipe.
       
Na terceira parada, visitamos o Engenho Patí, outro exemplar de conservação e dedicação ao passado. Este pertenceu a família de Leandro Maciel,  e hoje pertence a família de Augusto Maynard. Lá se encontra, até hoje 02 canhões utilizados durante a revolta Tenentista em Sergipe. O Patí causa admiração nos visitantes por preservar, além da estrutura da casa grande, muitos móveis e objetos característicos de um período histórico.

            O quarto lugar que visitamos, foi o Engenho Santa Bárbara, que infelizmente tinha sofrido uma grande avaria 03 dias antes de visitarmos. Como este é uma construção do fim do século XIX, não tem uma estrutura muito forte e com a chuva dos últimos dias, a maior parte da frente da casa grande desabou. O solo do Santa Bárbara é bastante fértil, o que lhe concedeu um dos primeiros lugares em questão de produção do açúcar.  

              Em quinto lugar, visitamos a torre da usina do Engenho Serra Negra, pois foi a única coisa que sobreviveu ao tempo e ao descaso. Outro Engenho que fazia parte das propriedades da família Maciel.



               A última parada foi na Estação Ferroviária de Rosário do Catete, construída no século XX para escoar o açúcar produzido na região.